sexta-feira, 26 de novembro de 2010

O Anjo e a Deusa.


Cruzando o céu tão belo no azul
Surpreendo-me vendo o belo corpo nu
De beleza divina, no entanto real
Senti o chamado do amor mortal.

Impactou-me o peito, libertou-me
Não sabia eu se os anjos enfim amavam
Penso agora que sim, amo e canto
Pela beleza que traz consigo o encanto.

Minhas asas falharam por um instante
Desci do céu e como um mortal caminhei
Estaria eu por amar o divinal,
Estar me transformando num simples mortal?

Aproximei meu corpo ao dela
O calor era imediato, mais era meu
A deusa carregava consigo um sorriso
O sorriso que se contradizia na dor do olhar.

Deuses choram, também não sabia
Sua lagrima escorria como um orvalho
Desce a bela flor na manhã de primavera
Senti-me então perfurado pelo espinho da bela flor.

Não havia diálogo, só o silencio
Que trazia uma melodia triste
E ao mesmo tempo encantadora
Envolveu-nos e apenas nos olhávamos.

Sensações... Nem as divindades escapam delas
Pensei também que hoje eu estava um tanto questionador
Enfim meus olhos conversam com os dela
Enquanto também tentavam não se perder neles.

Meus olhos disseram “abrace-me”
Seu corpo se inclinou e senti sua pele roçar a minha
Aquele corpo nu encostado sobre o meu tórax desnudo
O calor daquele abraço era humano demais.

Era como se aquela bela criatura estivesse ferida
Apesar do corpo perfeito, sua mente parecia perdida
Talvez em lembranças, ou quem sabe alguma decepção.
Aquele pequeno coração divinal palpitava e apertava meu corpo.

“Diga-me por que choras?”-Não sei como consegui falar,
“Amei, simplesmente amei”-Não precisava perguntar mais,
Era como se eu soubesse exatamente o que aconteceu
Sem nunca ter visto aquela criatura antes.

Toda aquela intimidade precoce,
Olhares e toques, pensamentos compartilhados
Sem o uso das palavras, apenas ouvindo o silencio,
Contraditório?Talvez, mais descobri que o amor é assim,
É completamente humano em toda sua divindade.

Permanecemos ali parados, abraçados
Meus braços envoltos a pequena cintura perfeita
Nossos lábios quase se tocavam, mais se não se tocassem
Não nos incomodaríamos, para nós bastava o que sentíamos.

E então a Deusa estava nos braços de um anjo
Miguel e Afrodite um romance de divindades
Com sensações humanas e tendências suicidas
Um amor que não pode florescer, talvez por isso chova tanto lá fora.

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