quinta-feira, 4 de novembro de 2010


“E então o poeta foi ao chão, seus poemas pela primeira vez eram só palavras amontoadas em uma folha de caderno; para nada serviam senão confirmar sua dor.”

Gosto quando seus olhos me fitam com curiosidade, mesmo que não indaguem sobre mim. Gosto de ter sua atenção presa em minhas palavras, como se fossem únicas e decisivas; talvez fossem.

Gosto quando me olha com expectativa, mas hoje seu olhar tinha medo da certeza que o meu trazia. Queria abraçar-lhe forte e fazer sua dor passar, queria poder lhe dar algo bom; encontro-me ainda mais perdida na dor do teu choro.

Lágrimas de cristal rolam pela pele angelical, e sinto-me ainda mais frágil, enxergo finalmente e certifico-me do quanto naquele momento minhas mãos estavam atadas; então chove no meu interior, afogo-me, sufoco-me... Tudo isso porque sei que tenho as palavras certas à dizer, mais não sou eu quem você quer que fale.

Tento agir friamente, ou melhor, tento não agir;

Meu universo inverso arrasta-me sem aviso

Beijos e abraços, novamente me envolvem,

Algo mais, dessa vez a fraternidade.

A mistura de sentimentos é mística

Os sons do mundo exterior já não ouço

Dentro do peito o coração martela

Junto com a dor (da verdade) que dilacera.

Nada planejo sempre me surpreendo.

Queria saber mais sobre seus pensamentos

Quem sabe numa hora mais adequada

Agora precisa de um abraço, um beijo cálido na face.

O coração ensina aos sábios de forma dolorosa

Os sentimentos para eles é sensação de fraqueza

Mas o conhecimento não lhe prepara o peito

Quando vem acerta em cheio e confunde a alma.

Idealizado é conto de fadas, vivendo?

Costumo chamar de guerra interna para os sábios

Tentam encontrar uma razão, arrancar da cabeça,

Um sentimento ferido que habita o coração.

Inutilmente tento compreender, desisto. Meu dom é falar sobre, transformar em canção o inexplicável, escrever e falar de forma suave, degustar cada segundo da dor.

O que não compreendo entre os sábios, é a inteligência parcial, quero dizer que quando se trata do amor ou qualquer outro sentimento, eles estão apenas engatinhando. Nada compreendem e isso os frustra. Choram, gritam se debatem nos cantos de um cômodo qualquer, achando que não estão prontos para amar, então negam. Ingênuos; até o mais melancólico dos poetas sabe admitir que o amor vai muito além da capacidade humana. Isso pode lhe causar DOR.

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