terça-feira, 7 de dezembro de 2010

Uma nova história, que se passa na Grécia Antigo, época dos Deuses!
Uma história de amor entre Afrodite e um Poeta! Aí está o primeiro capítulo! ^^
Amor Grego
Capitulo I – Não ter afeto é a morte.

“sou apenas um poeta, que vive das palavras, dos poemas que lhe escrevo, e do meu sentimento por ti, aquele que alimenta minha alma.”

Com o papiro de encontro ao peito, suspirou. Nunca antes um mortal a amou de forma tão incondicional e idealizada, saberia ele de sua verdadeira identidade?
Sempre que andava pelas cidades, chamava muita atenção por sua beleza, sua personificação era perfeita, no entanto nunca descobriram sua divindade.
Só havia se encontrado com o poeta uma única vez, beijou-lhe os lábios e pouco conversaram, o que mais lhe impressionava era como o poeta falava, cantando as palavras naquela noite no campo, sob o luar e as estrelas:

“Escrevia poemas, sobre o vazio do meu coração, procurando uma musa, que me trouxesse inspiração; agora sofro por que a encontrei, com beleza irreal e toda essa sensação, não há palavras nesse mundo que alcance minha emoção.
- Por que canta para mim? E nos meus olhos evita mirar?
- É necessário cantar-lhe os poemas, para acompanhar a melodia que de tua boca sai quando fala... Tua beleza resplandece um simples mortal como eu, não seria digno de mirar teus orbes castanhos. Sem dúvidas poderia cegar-me apenas num segundo.
- Diga-me, como sabes tanto sobre minha beleza, sem me olhar? Sabe a cor dos meus olhos sem olhar no fundo deles.
- Olhei, uma única vez confesso, e posso descrever-te em rimas, como se eu mesmo a tivesse feito em forma divinal. Seus orbes castanhos são líquidos e se movimentam como um rio corrente. Seus cabelos, labaredas vermelhas, chicoteiam teu pescoço enquanto andas. Teu sorriso de dentes branquiados e alinhados guarda teu hálito fresco que recende quando fala. Devo parar, pois não posso controlar a sensação crescente que causa tua imagem em minha mente...
- Nunca no mundo assim me descreveram, desmembrado minha beleza, exaltado-a de forma tão entregue e apaixonada.
- No mundo? O mundo é imenso, bela donzela, sou apenas um poeta, um grego que não luta, e não tem fortuna.
- Conheço o mundo como minha varanda, e agora a lua já habita o céu, devo partir.
- Seria ousado querer vê-la novamente?
- Assim será!”

Quem sabe devesse provar desse homem, o máximo que ele pode dar. Senti dentro do seu corpo o amor que ele jura ter. Estava decidida iria com ele se deitar, amá-lo numa noite estrelada, nesta noite estrelada.


Nesse momento estava o poeta a escrever mais um poema, para sua amada donzela:

“Como pode existir criatura assim tão bela
Deixa a natureza tão ínfima perto do seu ser
Como pode existir tanto amor no meu peito
Nem uma mãe ama o seu filho, como amo você.


Teus olhos dizem o que tua boca evita falar
Minha mão caleja tentando te decifrar
E ainda tento com minhas palavras explicar
Como um simples poeta pôde lhe beijar

Talvez seja tu um presente dos deuses, para consolar minha alma
Penso eu mais além que seja a própria divindade vinda do olímpo
Se onde pousa teus pés, flores nascem mais belas
Desperta amor por onde passa, envolvendo-nos.

Só podes ser tu aquela que temo
Aquela que os poetas sempre sonharam contemplar
Aquela que com seu amor, nos mata
A deusa Afrodite nascida do mar.”




E então se ergueu o poeta, caminhou até o jardim na esperança de ver sua Deusa, e cantar seu amor mais uma vez. Vindo de longe estava Afrodite, bela como sempre, andando divinamente em direção ao poeta, que imediatamente mira o chão, evitando olhar aquela mulher que roubou suas palavras, seus sorrisos, seus pensamentos e seu coração.
- Fico feliz que esteja aqui poeta, esperando-me. –disse num sorriso singelo.
- Esperaria uma vida inteira, e até na morte se possível, só para contemplar tua beleza, nem que por uma ultima vez. – cantou o poeta, com palavras firmes.
- Diga-me poeta, teu amor por mim é verdadeiro? Ama-me como dita tuas palavras, ou só me quer em seu leito?- interrogou-o com firmeza, encarando-lhe a face.
- Amo-te como amante, mulher e como a deusa que és. – disse tomando coragem de mirá-la, - Amo-te o suficiente para nunca tê-la em meu leito e ainda sim amá-la pela eternidade, com o mesmo ardor de outrora.
- A deusa que sou? – disse pasma e ao mesmo tempo admirada com a convicção na voz daquele homem que lhe jurava amor.
- Sim, Afrodite. Desceste do Olímpo e caminhou pela terra grega, a fim de desfrutar os prazeres mortais, procuraste um homem e encontraste um poeta, mais bem sei que cedo ou tarde o adeus chegará.
- Então sabes da divindade que habita em mim, desde quando poeta?
- Creio que meu inconsciente sempre soube, que no meu mundo beleza como a tua não existe, mesmo em corpo humano, personificada como estas, o teu cheiro denuncia a tua magia.
- Então mesmo sabendo alimentou tua paixão suicidou-se entregando teu coração a uma deusa, que só quer prazer.
- O suicídio é a morte, e sinto-me mais vivo desde que a encontrei talvez amar-te seja enfim viver, e a morte seria deixar de amá-la. – disse puxando para si o maxilar perfeito.
- Ainda me ama poeta, mesmo sendo eu uma sugadora do amor mortal que os homens da bela Grécia me oferecem?- perguntou recuando do toque e virando-se de costa, apoiando-se num tronco de carvalho.
O poeta a abraçou por trás envolvendo-a pela cintura e deu-lhe um beijo cálido na nuca, aspirando o cheiro de seus cabelos: - Amo-te hoje e sempre, e é aqui que minha vida começa a fazer sentido. – Virando-a de frente beijou-lhe os lábios com paixão e calor. Afrodite correspondeu o beijo que tanto adorava receber, envolveu o corpo de seu poeta usando as pernas, prendendo-o pela cintura, dando mais proximidade aos corpos, que gritavam por mais atrito. Por fim deitaram-se na grama, amaram- se loucamente. O poeta agora admirava o corpo nu de Afrodite, aqueles seios pequenos e bem feitos, brancos como a porcelana, suas coxas rijas e macias, aliás, o corpo inteiro de Afrodite era macio e cheiroso, cheirava à natureza, a cada toque o poeta se impressionava mais com a proporção em que o amor lhe crescia no peito, poderia amar ainda mais aquela mulher? Procurou não mais pensar nisso, e concentrar-se no sonho que estava vivendo acordado; aquela mulher em seus braços, que a pouco havia lhe dado tanto prazer. Adentrou o corpo daquela deusa com tanto ímpeto e sede de tomá-la que mais um animal parecia.
Já Afrodite, essa nunca fora amada de tal forma, tão entregue e abrasadora; e agora admirando as estrelas, daquela noite memorável, abraçava o poeta com a cabeça encostada ao peito desnudo. Nunca tanto amor lhe fora entregue em tão pouco tempo, dentro da realidade.
O dia já raiava quando o poeta acordou e não encontrou Afrodite em seus braços; levantou-se colocou suas roupas, e se dirigiu até a cidade, precisava se alimentar e escrever, seu corpo e sua mente transbordavam inspiração. Já em seu quarto o poeta puxou o papiro da gaveta, umedeceu a pena e começou a escrever:

Bela Deusa que habita o Olímpo, que desce a Grécia e me dá seu calor
Seu cheiro divinal impregna minha pele, da noite que lhe tomei com ardor
Tomaste meus poemas para ti e ainda meus pensamentos e minha sanidade
Tudo que me deu, tudo que me traz, não sou merecedor, merecedor do teu amor.

Penso que ainda vou acordar os raios de Apolo chamuscando a face
Pensamento distante, envolto a fantasias recém criadas
Mas o que sinto é tão real, que quase posso flutuar
O que guardo pra ti é concreto em meio à abstração do sentir.




- Amo-te com o amor de um mundo todo, do fundo do meu âmago, e sem ti morreria. Não ter afeto é a morte. – então fechou seus olhos e adormeceu o poeta apaixonado.

Um comentário:

  1. A perfeição de cada palavra chega a ser irreal...Belo simplesmente! Descreve os sentimentos com pureza e precisão.

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