segunda-feira, 13 de dezembro de 2010

AMOR GREGO- Capitulo II – Amar é quase uma dor.

Capitulo II – Amar é quase uma dor.


O poeta voltou ao jardim a fim de encontrar Afrodite, que não demorou a chegar acompanhada de sua beleza irreal e sem igual. Caminhou em direção ao poeta que selou seus lábios levemente, quase uma carícia, mirou-a nos olhos por pouco tempo como sempre fazia, depois caminhou e sentou-se na grama perto do lago onde havia uma roseira. Afrodite o imitou e sentou a seu lado, encostando a cabeça no ombro do belo rapaz, que de imediato arrancou da roseira a mais bela rosa e a ofereceu à Afrodite, que a pegou e inalou seu cheiro, enchendo o peito daquele aroma natural, e disse:
- Realmente não há flor mais bela que a rosa, esse cheiro realmente me agrada.
- Ah! O teu cheiro me entorpece ainda mais, o cheiro de tua pele tem também gosto.
- O amor nos deixa insano, é um tanto perigoso.
- Então quero enlouquecer, mais nunca deixar de amá-la. – O poeta se levantou e saltitando como uma criança na ciranda gritava – Estou louco! Estou louco – Ajoelhou-se novamente e falou ao ouvido de Afrodite – Estou louco, louco de amor.
- Tua loucura é a minha. Mais bem sabes tu que não demorarei outra lua em teu mundo. Diga-me poeta, tu que tão bem escreves e que entende os mais diversos sentimentos, o que farei da minha vida sem ti?
- O que me disseste agora me feriu profundamente, o fundo do meu âmago está amargo com tuas palavras de partida. Sou apenas um mortal apaixonado, que lhe jura amor eterno e nem ao menos tem a eternidade. Não há vida sem ti; sem ti existe apenas a banalidade de viver sem um grande amor.
Afrodite levantou de imediato fitou o poeta com olhos de dor e disse:
- Dói em mim te causar dor em demasiado, lhe causar dor usando o sentimento que me cantas, o amor. – postou-se a correr por entre o jardim, tentando fugir inutilmente do que sentia por dentro.Virou-se olhou o poeta uma ultima vez – Não te preocupes, pior do que sofrer de amor, é não saber amar.- e correu.
O poeta a seguiu correu o máximo que pôde e quando quase tocou o ombro de Afrodite, a bela deusa parou e se esbarraram, caindo um por cima do outro. O poeta agora com o seu corpo cobrindo o da deusa, olhou em seus olhos e uma de suas lágrimas tocou o rosto perfeito.
- Estás tu a chorar, a chorar por alguém que lhe abandonará?
- Bem sei eu que não mereço estar contigo, mas sei também que teus olhos divinais não negam teu desejo, sei que me queres talvez até mais do que eu te quero. E se tens de partir, faça sabendo que o amor que lhe ofereci sempre será teu, e amor como o que sinto não há no mundo. – o poeta segurou as mãos de Afrodite e a puxou para junto de seu peito, e num abraço apertado disse – Queria ter um abraço eterno, queria ser um deus para viver contigo onde tu fores. – selou os lábios da deusa, que saboreou o gosto das lágrimas do poeta em meio ao beijo.
- Queria neste momento chorar por ti, por ter de lhe deixar, mais minha divindade é de tamanha frieza que nem ao menos posso exteriorizar minha grande dor. Mas saiba que minha alma chora lágrimas de sangue. Adeus.
Afrodite sumiu por entre as árvores, deixando seu poeta afogado em dor, lamentando não ser o melhor para ela, o pior é que jamais seria. Agora o sentimento do poeta se misturava entre dor e amor; desde que conhecera Afrodite o poeta vivia para o amor que sentia, antes escrevia sobre o amor usando sua criatividade e fantasia; depois de Afrodite, escrevia o que sentia, colocava no papiro aquilo que estava escrito em cada parte de sua pele.
- Agora que faço eu da vida sem você, você não me ensinou a te esquecer, você só me ensinou a te querer e te querendo eu vou tentando te encontrar. Esse amor é quase uma dor, é a dor que desatina sem doer.
O poeta lamentou até cair no sono.

No Olímpo...
Afrodite comunica a Zeus sua decisão:
- O que está feito, está feito. – tentando demonstrar indiferença com o assunto.
- Ótimo, não podemos arriscar Afrodite, sei que todos nós costumamos tomar homens e mulheres para nosso prazer, mais se como Apolo disse, ele descobriu tua divindade, o certo é não descer a Grécia tão cedo.
- Assim será feito Zeus! – Afrodite se retirou da sala e só o que pensava era em matar Apolo pelo que tinha feito; não acreditava que Apolo poderia ser tão baixo. Correu até o quarto de Apolo, e entrou sem bater na porta e já dizendo:
- Você é mesmo desprezível!
Apolo sorriu virou-se de costa e encheu uma taça de vinho, caminhou até Afrodite e disse: - Um brinde ao amor, entre uma Deusa e um poeta pé rapado! Hahahahha- riu alto e com som de deboche.
- Por que não me deixa em paz Apolo? Acha que pode invadir assim minha privacidade? Você está me seguindo?
- Afrodite a deusa da beleza e do amor, mais não da sabedoria afinal! Achei isso em seu quarto Afrodite – mostrando-lhe um papiro dobrado. – Isso é tão, romântico e ao mesmo tempo doentio, acho que a palavra certa seria... Humano.
- Ora, me devolva Apolo! – avançando com fúria para cima de Apolo que rapidamente deu um giro e prendeu-a em seus braços fortes cor de bronze.
- Não vê que eu sim sou Deus pra ti? Estamos no mesmo patamar minha doçura; não senti falta do meu calor, do calor do Deus do Sol? Das noites em que te tomei com fúria, como um Deus que sou?
- O que passou, passou, e como tu mesmo disseste sou deusa do amor e da beleza, não sou deusa da porcaria que fazíamos nas minhas noites de insanidade.
Apolo apertou mais o corpo de Afrodite sobre o seu encostou seus lábios ao dela com força.
- Talvez devêssemos recordar um pouco os velhos tempos. Ou seria muito insano?- perguntou com cinismo e jogou Afrodite em sua cama cobrindo o corpo perfeito com o seu tórax bem definido, não permitindo escapatória a deusa que por sua vez tentava fugir, mas Apolo era forte como um centauro e ela nem ao menos conseguia de mover. Apolo começou a beijar a nuca da deusa enquanto com uma das mãos acariciava o seio pequeno e perfeito, com a outra mão segurava os pulsos de Afrodite, mantendo seus braços acima da cabeça. Afrodite relutava, só amava o seu poeta, mais um fio de desejo começava a surgir dentro do seu corpo e estava difícil resistir a beleza e virilidade de Apolo que nesse momento arrancava o vestido de Afrodite com uma só mão.
- A perfeição do teu corpo denuncia tua divindade, essa personificação lhe cai muito bem.
-...

Afrodite nada respondeu e em troca do seu silencio Apolo resolveu não ser tão carinhoso com a deusa, tirou também suas vestes expondo o seu baixo ventre que latejava e sem aviso adentrou o corpo menor, investindo com força e rapidez; só o que se pode ouvir foram os gritos de Afrodite que não demoraram a cessar e transformar-se em gemidos de loucura. Apolo agora se encontrava satisfeito e ao seu lado Afrodite estava pensativa, ambos deitados na cama onde mais uma vez seus corpos foram um só.
- Sabia que ainda sentia algo por mim – disse Apolo mirando nos olhos da deusa
- Apolo não podemos ficar juntos, eu amo o meu poeta.
- Afrodite deuses não amam, muito menos mortais. Aquele poeta ama tua divindade não o que és realmente.
- E o que sou realmente se não uma deusa? Meu poeta me ama com a força de um mundo todo e eu o amo de toda minha alma divinal. – Parecia que dizia mais a si mesma do que a Apolo que sabiamente lhe respondeu:
- Não foi por mal que te separei de teu poeta; mais cedo ou tarde tudo ia desmoronar e Zeus iria se zangar contigo Afrodite, viste o que a dois anos atrás aconteceu com Hermes por levar uma paixão mortal tão longe. Veja onde vivemos o que somos, somos deuses, nós comandamos o mundo, a Grécia é nossa. Não podemos misturar nossa divindade; não gosto nem de pensar que poderia ter engravidado daquele poeta doente.
- Tem certeza Apolo de que deuses não amam?
- Deuses tem desejos, não amor.
- Sou a deusa do amor e da beleza, se sou bela também posso ser amante. – levantou-se, vestiu-se e saiu do quarto de Apolo que não a deteve.

Afrodite caminhou pelo jardim do Olímpo e pensava no sue poeta e no que ele estaria fazendo nesse momento, se também pensava nela, e ela sabia que sim, afinal o poeta a amava; ela também tinha certeza que amava aquele homem, mais havia acabado de se deitar com Apolo e ele disse a ela muitas coisas na qual deveria pensar. Ela sentia agora uma dor profunda, a dor da verdade, a verdade é que nos últimos dias estava cada vez mais humana, sentindo, suspirando e por fim amando. Decidiu então que o melhor era deixar o tempo passar e a dor também.

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